Indicadores de Solidariedade e Nucleação
A Universidade Federal do Pará (UFPA) exerce função de protagonista no desenvolvimento científico e tecnológico na Amazônia, representando parte expressiva dos recursos humanos qualificados, da infraestrutura especializada e da competência científica instalados na região. Tem, portanto, papel fundamental a desempenhar na materialização de um modelo de desenvolvimento fundado no domínio científico da riqueza material e cultural da região.
O reconhecimento de que a atuação da UFPA é fundamental para que C,T & I se disseminem na região amazônica e, com isso, seja possível reduzir as desigualdades regionais, impõe à instituição o desafio de expandir quantitativa e qualitativamente suas ações na pesquisa e na pós-graduação. Os esforços institucionais na última década resultaram no aumento da capacidade instalada para a formação de recursos humanos, quadruplicando seu número de programas de pós graduação, atualmente com 56 Programas de Pós-Graduação, sendo 26 de Doutorado, cobrindo todas as grandes áreas de conhecimento.
A instituição conta com cerca de 1.400 doutores e 800 mestres, destes últimos, cerca de 400 docentes em capacitação em programas de Doutorado. Os desafios atuais estão voltados para a consolidação dos seus Programas de Doutorado e para melhoria das condições dos programas de Mestrado, de modo a possibilitar a criação de novos cursos de Doutorado na UFPA. Pode-se afirmar que a instituição já conseguiu excelência em determinadas áreas na pós-graduação, como Geociências e Ciências Biológicas. Por outro lado, as pós-graduações em Engenharia ainda precisam avançar na sua qualificação.
A UFPA considera fundamental aglutinar seus pesquisadores e grupos de pesquisa para estudo multidisciplinar de problemas de relevância estratégica para a região, em particular nas áreas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Saúde Humana, Energia, Biotecnologia e Aproveitamento de Recursos Naturais.
Para tanto, a UFPA precisa, entre outras ações, equacionar limitações atuais e antecipar-se no atendimento de demandas previstas para um futuro próximo. Isso só será possível com ampliação das parcerias entre a UFPA e o ente estatal, principalmente por meio das agências oficiais de fomento à pesquisa e à pós-graduação.
Programas estratégicos para o desenvolvimento de CT&I, tais como o Programa Ciência Sem Fronteira, são vistos como excelente janela de oportunidades para possibilitar que a UFPA envolva seus quadros discente e docentes em intercâmbios científicos, além do aumento da captação e atração de recursos humanos. A atração de pesquisadores renomados contribuirá fortemente para fortalecimento de diversos grupos de pesquisa com trajetórias reconhecidas pela comunidade científica regional e nacional e que atuam em diferentes programas de pós-graduação da UFPA.
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE), da Universidade Federal do Pará, foi o primeiro programa de pós-graduação em Engenharia Elétrica dos nove estados na Amazônia Legal. O Programa iniciou com curso de mestrado em 1986 e doutorado em 1998, e obteve reconhecimento da CAPES em 1999. O Programa está organizado em três áreas de concentração : Sistemas de Energia Elétrica, Telecomunicações e Computação Aplicada.
As atividades acadêmicas regulares dos cursos de mestrado e doutorado são desenvolvidas principalmente por professores das Faculdade de Engenharia Elétrica (FEE) e da Faculdade de Engenharia da Computação e de Telecomunicações (FCT) da UFPA. A seguir são listados alguns aspectos do PPGEE:
- Forma de Ingresso e Processo Seletivo:
Ao longo dos últimos anos, houve um crescimento significativo da demanda para ingresso no PPGEE, tanto no nível de mestrado quanto de doutorado. Com vistas a proporcionar maior transparência e eficiência ao Processo Seletivo do PPGEE, a partir do ano de 2008, vem sendo realizada a publicação de Edital Público de Seleção, que, entre outras, especifica os critérios de avaliação, os prazos e oferta de vagas por área de concentração.
Há dois processos de seleção ao PPGEE , sendo um em cada semestre. O Edital, elaborado pela Coordenação e aprovado em reunião de Colegiado, rege o concurso. Para seleção, são levados em consideração os seguintes quesitos: Currículo e Histórico do candidato, Cartas de Recomendação e Plano de Trabalho.
Todas as informações sobre a seleção são veiculadas a partir do website do PPGEE e, in loco, na Secretaria do Programa.
- Administração do Programa:
O PPGEE é administrado por um Colegiado e conduzido por um Coordenador e um Vice-Coordenador, com apoio da Secretaria. O Colegiado é a instância máxima do Programa e responsável pela orientação e pela supervisão didática e administrativa, cabendo-lhe decidir sobre quaisquer assuntos relacionados com as atividades do PPGEE. O Colegiado é composto, além do Coordenador e Vice-Coordenador, por todos os docentes do Programa, assim como por representação discente e técnico-administrativa.
- Critérios para Credenciamento/Permanência de Docentes no PPGEE:
O PPGEE possui resolução específica que trata do assunto Credenciamento/Permanência de Docentes no Programa. A Resolução 001/2011 - PPGEE estabelece que:
-- Para permanência no quadro de Docente Peranente do PPGEE, o professor deve obter, ao final do triênio, no mínimo, a seguinte produção:
Obter DPI maior ou igual a 1,5, com pelo menos um artigo A1 o A2.
-- Para novos credencamentos no quadro de Docentes Permanentes do PPGEE, o professor deve possuir, nos últimos três anos, no mínimo, a seguinte produção:
DPI maior ou igual 2,0, com pelo menos um artigo A1 ou A2.
Em ambos os casos, é considerado um redutor de produção conjunta, conforme critérios adotados pela Comissão de Área da CAPES.
Evolução do Programa - Principais Resultados e Desafios para a Consolidação
Decorridos 27 anos do início das atividades de pós-graduação stricto-sensu, o PPGEE tem mostrado indicadores claros de melhoria, mas ainda há grandes desafios para sua consolidação enquanto Programa de formação e fixação de recursos humanos para atuação na Amazônia. Entre as metas significativas alcançadas podem ser destacadas:
- Formação de 400 mestres e 100 doutores até 31/12/2013. Dentre esses, uma massa crítica de docentes doutores que atuam na região e que exercem as atividades de ensino, pesquisa e orientação de alunos, em cooperação com outras instituições, com impactos positivos na qualificação dessas IES, como por exemplo, permitindo que elas atendam aos requisitos de qualidade exigidos para autorização/reconhecimento de cursos de graduação do MEC. Dentre as Instituições que contam com docentes doutores titulados pelo PPGEE pode-se mencionar: Instituto de Estudos Superiores da Amazônia - UFRA, Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Centro Universitário do Estado do Pará - CESUPA, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA, Universidade Federal do Pará - Campus de: Cantanhal, Tucurui, Altamira, Abaetetuba; Universidade da Amazônia - UNAMA, entre outras.
- Consolidação de linhas de pesquisa nas diversas áreas de atuação do Programa, com a criação de novos laboratórios, dos grupos de estudos e dos núcleos de integração que compõem a base instrumental de formação de recursos humanos, já considerados.
- Produção científica relevante e participação destacada em revistas científicas, conferências nacionais e internacionais e 20 patentes/pedidos de proteção em projetos em parceria com empresas.
- Aprovação crescente em números de projetos de pesquisa e desenvolvimento, em especial financiados pelos fundos setoriais de energia, de informática e de telecomunicações, e pelas agências de fomento. Isso tem permitido firmar diversos convênios com empresas para o desenvolvimento de trabalhos de cooperação técnica que têm ainda se mostrado muito efetiva, como estimuladores da produção científica e tecnológica do PPGEE, gerando diversas dissertações e publicações. Como exemplos dessas parcerias podem-se citar Centrais Elétricas do Norte do Brasil - ELETRONORTE; Alumínio Brasileiro S.A. - ALBRAS, Centrais Elétricas do Pará - CELPA , ERICSSON, VALE, BRASILSAT, PETROBRAS, Transmissoras Brasileiras de Energia - TBE, entre outros.
- Participação destacada em projetos institucionais aprovados pela UFPA últimos editais FINEP/PROINFRA.
- Ampliação de área física, modernização de infraestrutura computacional, aquisição de equipamentos e softwares para implantação dos laboratórios de pesquisa em Eletromagnetismo Aplicado (LEA), Planejamento de Redes de Alto Desempenho (LPRAD), Processamento de Sinais (LaPS), Inovação Tecnológica (LabIT), Laboratório de Controle e Sistemas (LACOS); Laboratório de Eletrônica Industrial (LEI); Grupo de Estudo e Desenvolvimento em Alternativas Energéticas (GEDAE).
- Aumento do acervo bibliográfico de sua biblioteca setorial, com aquisição de referências atualizadas e ampliação do espaço para atendimento. A partir de 2013 toda pós-graduação do ITEC passa a utilizar uma única biblioteca setorial.
- Reestruturação em 3 áreas de concentração: Sistemas de Energia Elétrica, Telecomunicações e Computação Aplicada, com uma melhor integração entre os grupos de docentes pesquisadores.
- Contratação de docentes e ampliação do número de pesquisadores de produtividade em pesquisa e produtividade tecnológica, atualmente o PPGEE conta com 8 bolsistas de produtividade em pesquisa e 4 bolsistas de produtividade desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora.
- Inserção dos pesquisadores do Programa em criação de convênios nacionais e internacional: PROCAD-Acadêmico, PROCAD-TVDigital, PROCAD-NF, CAPES-COFFECUB, DAAD, CAPE-FIPSE, CAPES-ICCT, CAPES-FCT, CAPES-AULP, CAPES-Pró-Amazônia.
- Participação de destaque de seus docentes na liderança de projetos nacionais e regionais e em ações estratégicas da UFPA para a integração com a indústria e o desenvolvimento tecnológico regional, tais como:
i) Participação na implantação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), sendo que o professor João Crisóstomo Weyl Albuquerque Costa ocupa o cargo de Vice-Reitor e o professor Carlos Renato Lisboa Francês ocupa o cargo de Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica;
ii) Participação do professor João Tavares Pinho como Diretor de C&T para o Desenvolvimento Social, na Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (SECTET), do Governo do Estado do Pará.
iii) Criação da UNIVERSITEC, da Agência de Inovação da UFPA, 1o presidente professor Ubiratan Holanda Bezerra.
iv) Estruturação do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará anos 2007-2010: criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia (sec Adjunto, prof João Weyl Costa, diretor de C&T, Roberto Limão), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (1º Presidente, Prof Ubirantan Holanda);
v) Implantação do Projeto NavegaPará, maior rede pública de comunicação de dados na Amazônia e 1a experiência brasileira nos moldes definido para o PNBL na utilização de rede de fibras óptica sobre cabos OPGW para implantação de rede pública com alta disponibilidade e confiabilidade para conexão de órgãos públicos e inclusão digital (Presidente Empresa Processamento de Dados, prof Carlos Renato Francês e Prof João Weyl Costa).
vi) Implantação do Parque Ciência e Tecnologia Guamá parceria UFPA-Governo do Pará, com financiamento FINEP, BNDES, ELETROBRAS e Gov Estado Pará (João Weyl, Ubiratan Holanda, Roberto Limão e Renato Francês)
- Inserção dos pesquisadores e laboratórios do PPGEE nos Programas nacionais estratégicos, tais como os consórcios de pesquisa em redes de alta velocidade (Redes metropolitanas-Redecomep, Projeto GIga-Internet 2), TV Digital, Programa de Nanotecnologia, Qualidade de Energia, Energia Solar e Eólica, INCT Comunicações Sem Fio (vice líder prof. Gervásio Cavalcante), INCT Alternativas Energéticas (líder Prof João Pinho); dentre outros.
- Organização de congressos de sociedades científicas pela primeira vez na Região Amazônica, dentre os principais:
2004- SBrT - Simpósio Brasileiro de Telecomunicações;
2005 - SBQE - Simpósio Brasileiro de Qualidade de Energia;
2007 - SBRC_- Sociedade Brasileira de Redes de Computadores;
2008 - SBC - Sociedade Brasileira de Computação;
2009 - International Workshop on PMU and Applications
2009 - IMOC - International Microwave and Optoelectronics Conference;
2010 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos
2011 - IEEE/LATINCOM - Latin-American Conference on Communications.
- Participação destacada em entidades científicas : Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrônica - SBMO: João Pinho, vice-presidente 2002-2004 e presidente 2004-2006; João Crisóstomo Weyl, vice-presidente 2010-2012 e presidente 2012-2014). Associação Brasileira de Energia Solar, João Tavares Pinho, presidente 2009-2011. International Solar Energy Society - Seção Brasil, João Tavares Pinho, presidente 2009-2011.
- Implantação em parceria com a ELETROBRAS do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia - CEAMAZOM.
- Implantação com financiamento FINEP do Laboratório de Alta Tensão, no âmbito do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, em parceria com Governo do Pará, Eletrobras/Eletronorte e PPGEE/UFPA.
- Implantação do GEDAE, Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas, tendo como finalidades principais a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de baixo custo para atendimento de pequenas e médias demandas energéticas, o levantamento de demandas e potenciais energéticos, a interação com outros grupos que trabalham nas áreas de interesse, a disseminação do conhecimento através dos cursos de graduação e pós-graduação da UFPA e a prestação de serviços na forma de consultoria e cursos à comunidade em geral.
- Forte interação com os cursos de graduação. Essa sempre foi uma grande preocupação da Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, e continuará sendo mesmo porque, historicamente, maioria dos alunos são oriundos dos Curso de Graduação em Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação. Isso justifica a preocupação que o quadro de professores da pós-graduação tem em agregar alunos de graduação em seus projetos de pesquisa, promover a iniciação científica, orientar trabalhos de final de curso e ministrar aulas e palestras.